Plano de Curso Filosofia

COLÉGIO ESTADUAL PROF. MAGALHÃES NETO

FILOSOFIA ENSINO MÉDIO- Margarida Jansen

PLANO DE CURSO

EMENTA:

A Filosofia no ensino médio prevê uma introdução ao universo de tal disciplina, seguida, pelo estudo de temas relacionados as três áreas importantes desta: Teoria do Conhecimento, Ética e Estética.


OBJETIVOS:

· Distinguir os campos específicos para a Ética e a Política, percorrendo os pensamentos de Platão Aristóteles e Maquivel.
· Aproximar os alunos da Filosofia apresentando uma proposta de divisão histórica dos períodos filosóficos.
· Entender a superação do Mito com base na Filosofia.
· Compreender a origem do pensamento filosófico grego destacando Tales de Mileto.
· Localizar a Grécia neste contexto de mudança, ressaltando condições históricas e geográficas.
· Conhecer o pensamento de Sócrates Platão e Aristóteles, que compõe o importante legado ocidental dos mais produtivos períodos da Filosofia Grega: O antropológico e Sistemático.
· Perceber as questões que envolvem a Ética no se cotidiano.
· Refletir a polemica da estética na visão grega e na atualidade.
· Analisar as teorias contratualista, ao modelo político marxista, passando pelo idealismo e pela dialética. Hangelianos no Hobbes, Lucke, Montesquieu, Rousseau, Hagel, Max e Engels, alem de citar as revoluções burguesas e socialistas que modificaram o cenário político mundial e guardaram profunda relação com a teoria destes pensadores.
· Discutir os conceitos de Ideologia e Cidadania.
· Reconhecer os antecedentes da meta física na idade média, moderna e atualidade.
· Identificar a lógica na antiguidade, na idade média e na atualidade.
· Teorizar sujeito e a realidade.
· Desconstruir o sujeito e a realidade.


METODOLOGIA:

· Aulas expositivas (tema da Aula)
· Leitura: indicação de algumas leituras para ampliação da abordagem dos temas.
· Pesquisas: para reflexão e debates sobre fatos históricos e correntes de pensamento.
· Vocabulário: significado de conceitos chaves.
· Painéis em equipes: apresentação de painéis a partir das pesquisas vinculadas a avaliação.
· Seminários
· Outros...


AVALIAÇÃO:

Debates
Pesquisas
Produção de Textos
Charges
Painéis
Dramatizações
Interpretação de filmes
Interpretação de textos em equipes ou individuais
Provas e testes



PROGRAMAÇÃO DE CONTEÚDOS

I UNIDADE

Bem vindo a Filosofia
Grécia Antiga
Pensamento Mítico
O que é um Mito
Berço da Filosofia
Origem e desenvolvimento do raciocínio Filosófico
Tales: primeiro filósofo
Sócrates, Platão e Aristóteles.
Um questionador incômodo (Sócrates)
Discípulo ou Pensador? (Platão)
Mito da Caverna
Um grande Pesquisador? (Aristóteles)
Divergências filosóficas.


I I UNIDADE

Percepção e Conhecimento
Os sentidos e a percepção
Senso comum X conhecimento cientifico
Epistemologia
Teorias Filosóficas
Ceticismo uma revolução filosófica
Fenomenologia um olhar mais recente
Filosofia da ciência
Afinal o que é ciência?
O alcance da ciência


III UNIDADE
O que devo fazer?
Por que agir corretamente
Uma questão de ética
Dentro ou fora da lei?
Moral ou ética
Ética antiga e medieval
A busca da virtude
A medida da felicidade
Filosofias de vida
Nascimento da ética cristã
Felicidade x Dever
Ética Moderna e Contemporânea
Entre paixões deveres e valores
Senhor x escravo
Projeto de si mesmo
Ética e Vida


IV UNIDADE
Domínios da sensibilidade
Elementos de percepção
Em busca do belo
Imagens do belo
Ramos da estética
Polemica estética na Grécia antiga
Polemica moral na modernidade
Polemica vital contemporânea
Mistérios da Arte
Arte ou Indústria?
Arte e Movimento?
Obras ou produto?

Didática



COLÉGIO ESTADUAL PROF. MAGALHÃES NETO

DIDÁTICA - ENSINO NORMAL- MAGISTÉRIO

PLANO DE CURSO- Margarida Jansen



EMENTA:

Identifica educação, escola, sociedade, teoria do ensino e formação do educador.Analisa a organização do trabalho docente (aspectos teóricos e metodológicos) e os processos de construção do conhecimento e avaliação da aprendizagem.


OBJETIVO GERAL:

· Compreender a organização do trabalho docente, em seus aspectos teóricos e metodológicos, a sua função no processo de construção do conhecimento escolar, mediante demandas educacionais solicitadas pelo contexto sócio econômico, cultural e ideológico atual.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

· Compreender o conceito e as perspectivas da didática mediante a função social do ensino ao longo da historia, até chegar aos dias atuais, a partir das contribuições deixadas pela filosofia, antropologia, sociologia, psicologia e pedagogia;

· Compreender e analisar as diferentes concepções pedagógicas dos processos de construção do conhecimento e da aprendizagem, tomando como referencial o contexto sócio-político, cultural e educacional brasileiro atual;

· Refletir e discutir sobre as competências necessárias ao educador mediante sua função educacional frente ao contexto sócio, político, cultural e econômico da sociedade brasileira;

· Refletir e promover auto-análise do aluno enquanto educando do curso de magistério e das suas necessidades para alcançar sua formação enquanto educador;

· Compreender as diferentes perspectivas do conceito de avaliação a partir dos referencias teóricos sobre o processo de ensino aprendizagem sócio-construtivista.

METODOLOGIA:

· Exposições temáticas dialógicas;

· Apresentação de seminários didáticos com produção de relatórios;

· Atividades de Auto-avaliação dos seminários;

· Estudos reflexivos dirigidos;

· Estudos Intertextuais a partir da análise de filmes e textos

· Resenha critica de obras solicitadas;

· Produção de relatório levantamento do perfil de grupo-classe com base nas atividades de estágio realizadas durantes os estágios curriculares;

· Atividades de produção de resumos; memórias de aula;

· Análise sobre filmes (“A Missão”, “Paulo Freire”, “Nenhum a Menos”, etc...


AVALIAÇÃO:

* Debates
* Pesquisas
* Produção de Textos
* Charges
* Painéis
* Dramatizações
* Interpretação de filmes
* Interpretação de textos em equipes ou individuais
* Provas e testes


PROGRAMAÇÃO DE CONTEÚDOS
I UNIDADE

A Didática, a escola e a sociedade

* A Educação e a Didática em diferentes concepções pedagógicas;
* Pedagogia – conceitos, aspectos, divisão e objeto;
* Didática – conceito dados históricos:

Objetivo

Divisão

Didática da Escola Tradicional e Moderna

Didática e Metodologia


I I UNIDADE

* Objetivo de ensino: Importância, Níveis, Classificação, Formulação.
* Áreas: Cognitivo, Afetivo e Psicomotor;
* Conteúdo de ensino: Conceito, Seleção, Organização;
* Métodos e Técnicas de Ensino;
* Recurso de Ensino;
* Relação Pedagógica Professor – Aluno – Conhecimento;


III UNIDADE

* Planejamento de Ensino
* Conceito e Importância;
* Níveis: Preparação – Curricular – Ensino;
* Fases: Preparação , desenvolvimento- Aperfeiçoamento;
* Tipos plano curso, plano unidade, plano aula


IV UNIDADE

* Avaliação do Ensino;
* Conceito;
* Diferentes propostas e perspectivas;
* Finalidades da avaliação;
* Técnicas e Instrumentos de Avaliação.


PLANO DE ATIVIDADES AVALIATIVAS

ATIVIDADE/TEMA

Seminários Didáticos sobre Tendências Pedagógicas

Objetivo da Atividade: Estudar e compreender as perspectivas pedagógicas e sócio culturais das pedagogias de Paulo Freire, Maria Montessori, Jean Piaget, Henry Walon, Jonh Dewey, Lév Vygotsky, Celestin Freinet, em função ao processo de ensino e da aprendizagem.

AGRUPAMENTO: Equipe/dupla

REALIZAÇAO: Apresentação seqüencial

INFORMAÇOES METODOLÓGICAS:

1. A equipe deverá realizar a apresentação do seminário no tempo máximo de uma hora-aula;
2. Cada equipe deverá elaborar uma estratégia metodológica para apresentação do tema de forma dinâmica, clara e objetiva. Vale ressaltar, que as equipes que realizarem apresentações lendo o texto perderão pontuação;
3. A equipe deverá produzir um resumo do seminário em uma lauda baseado na referencia teórica indicada, podendo ser acrescentado outras fontes, desde que citados nas referencias bibliográficas:

a) O texto apresentado deverá conter as seguintes informações: título da abordagem apresentada; dissertação do tema principal e dos enfoques secundários abordados; conclusões da equipe a partir do enfoque abordado, referencias bibliográficas.

b) O texto deverá obedecer às normas das ABNT.

c) Formato de estrutura do texto: impresso em 1 via digital, disquete ou CD, a ser entregue no dia do seminário.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

1) Os critérios de avaliação utilizados para o texto estão dispostos neste Plano de Curso.

2) Todos os componentes da equipe apresentarão o trabalho e serão analisados individualmente e no grupo.

3) Os critérios de avaliação da apresentação:

a) Individual: segurança e domínio de conteúdo, clareza na comunicação, organização da apresentação e integração com a equipe.

b) Coletivo: comunicação, metodologia da apresentação utilizada, exposição do tema, equipe, criatividade e avaliação de aprendizagem dos alunos.

4) A avaliação será realizada pela professora e pelos alunos numa auto-avaliação qualitativa.



ATIVIDADE/TEMA

Estudo intertextual

Objetivo da Atividade:
Refletir acerca da função do ensino e da aprendizagem na sala de aula, buscando apreender a educação para a sociedade atual a partir do estudo dos textos indicados e da analise de trechos dos filmes “A Missão”, “Paulo Freire”, “Nenhum a Menos”.

AGRUPAMENTO: Individual

REALIZAÇAO: Produção de texto em sala de aula.



INFORMAÇOES METODOLÓGICAS:

Estudo dirigido a ser entregue em sala de aula. Referencia teórica de fundamentação textos de Libâneo, Perrenoud e Meireu.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:

1) Os critérios de avaliação utilizados estão dispostos neste Plano de Curso;

2) Quando for percebida na atividade produzida a ocorrência de questões com respostas muito semelhantes ou iguais em diferentes trabalhos, as mesmas serão anuladas.

3) A avaliação será realizada pela professora.



ATIVIDADE/TEMA

Memória de aula



Objetivo da Atividade:

Produzir texto narrativo abordando os temas trabalhados em sala, possibilitando o resgate do conteúdo pelos alunos do tema.

AGRUPAMENTO: Dupla

REALIZAÇAO:
Será realizada uma apresentação do texto no inicio da aula.

INFORMAÇOES METODOLÓGICAS

1) Cada equipe deverá apresentar seu texto na aula seguinte com a leitura do texto construído. O mesmo deverá ter no máximo três laudas, devendo ser escrito de forma narrativa, evidenciando apresentar apenas as seguintes informações:

a) Identificação do aluno;

b) Data da observação e o tema abordado no encontro;

c) Abordagem dos conteúdos trabalhados;

d) Estratégias didáticas utilizadas para trabalhar o tema;

e) Análise das aprendizagens realizadas para vida profissional ou análise das estratégias utilizadas para abordar o tema.

f) Indicação teórica dos textos abordados na aula.

2) Esse texto deverá ser disponibilizado em formato digital, sendo entregue em CD, diskete e impressa uma cópia a ser entregue à professora no dia da apresentação.


CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO


1. A avaliação será realizada pela professora, considerando que a produção escrita será submentida aos critérios apresentados neste Plano;
2. O aluno que não estiver presente no dia da observação para construção da memória, a atividade será re-agendada, sendo convidado a fazer a atividade o aluno subseqüente.
3. O aluno que for construir a memória deverá estar na sala, pontualmente, ao inicio da aula a ser observada.


CRITÉRIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO:

* Pontualidade;
* Qualidade e criatividade na execução dos trabalhos;
* Coerência e profundidade na abordagem temática abordada;
* Organização da estrutura textual;
* Elementos da linguagem utilizados nas produções escritas;
* Conformidade com rigor cientifico e fundamentação teórica adequada seguindo normas de produção acadêmica;
* Participação e envolvimento nos trabalhos realizados em grupo.


ATENDIMENTO EXTRA-CLASSE

Os alunos poderão estabelecer contato com a professora de forma presencial ao à distancia, segundo a disponibilidade e necessidade de esclarecimento de dúvidas, orientações para estudo e/ou pesquisa podendo ser agendados horários para atendimento presencial semanal na coordenação de estágio às sextas-feiras. Para contatos à distância através do e-mail margojansen1@hotmail.com

Ou http://margothjansen.blogspot.com

http://margothjansenaulas.blogspot.com/

O objetivo de uso deste espaço virtual é:

* Integrar e familiarizar o aluno para o uso da informática e das tecnologia de comunicação e informação ao longo da vivencia da disciplina de Didática, do curso de Magistério;
* Socializar as informações e produções desenvolvidas em sala de aula referentes à disciplina de Didática.



COLÉGIO EST. PROF. MAGALHÃES NETO

MARGARIDA JANSEN

I UNIDADE

DIDÁTICA

O vocábulo didática deriva da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se traduz por arte ou técnica de ensinar.

Grosso modo, podemos dizer que a Didática é uma ciência cujo objetivo fundamental é ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e das estratégias de aprendizagem. Sua busca de cientificidade se apoia em posturas filosóficas como o funcionalismo, o positivismo, assim como no formalismo e o idealismo.
Sintetizando, poderíamos dizer que ela funciona como o elemento transformador da teoria na prática.

Um pouco de História

Entre os anos 20 e 50, a Didática segue os postulados da Escola Nova, que busca superar os da Escola Tradicional, reformando internamente a escola.
Nessa perspectiva, afirma a necessidade de partir dos interesses espontâneos e naturais da crianças: os princípios de atividade, individualização e liberdade estão na base de toda proposta didática. Passa-se da visão da criança como um adulto em miniatura para centrar-se nela como ser perfeitamente capaz de adaptar-se a cada uma das fases de sua evolução.
Do aluno passivo ante os conhecimentos a serem transmitidos pelo mestre passa-se ao "aprender fazendo" onde cada um se auto-educa ativamente em um processo natural, sustentado por meio dos interesses concretos dos participantes. A atenção às diferenças individuais e a utilização de jogos educativos passem a ter papel de destaque.
Em uma etapa posterior, entre os anos 60 e 80, se passa de um enfoque humanista centrado no processo interpessoal, a uma dimensão técnica que enfoca o processo ensino- aprendizagem como uma ação intencional, sistêmica, que procura organizar as condições que melhor facilitem o processo de aprendizagem. Centra-se em objetivos instrucionais, na seleção de conteúdos, nas estratégias de ensino, destacando-se palavras como produtividade, eficiência, racionalização, operatividade e controle.
A perspectiva industrial adentra na escola e a didática é vista como uma estratégia para alcançar os produtos previstos para o processo de ensino- aprendizagem. A ênfase é colocada na objetividade, racionalidade e neutralidade do processo. O referencial central da educação passa a ser a fábrica e sobre ela se constroem tanto as ações na escola como as conceitualizações referentes à educação.
Essa didática se descontextualiza dos problemas específicos da situação específica da sala de aula e não proporciona elementos significativos para a análise da prática pedagógica real, produzindo uma separação entre teoria e prática.
A partir dos anos 70 se acentuam as críticas a estas perspectivas didáticas. Seu efeito positivo foi a denúncia da falsa neutralidade pretendida pelo modelo tecnicista, revelando seus componentes político- sociais e econômicos.
Na atualidade a perspectiva fundamental da didática é assumir a multifuncionalidade do processo de ensino- aprendizagem e articular suas três dimensões: técnica, humana e política no centro configurador de sua temática.

Características dessa Didática

· partir da análise da prática pedagógica concreta e seus determinantes;

· contextualizar a prática pedagógica e procurar repensar as dimensões técnicas e humanas contextualizando-as;

· analisar as diferentes metodologias explicitando seus pressupostos, o contexto em que surgiram e a visão de homem, de sociedade, de conhecimento e de educação a que responde;

· elaborar a reflexão didática a partir da análise e reflexão sobre experiências concretas, procurando trabalhar continuamente a relação entre a teoria e a prática;

· assumir o compromisso com a transformação social, com a busca de práticas pedagógicas que tornem o ensino eficiente para a maior parte da população;

· ensaiar, analisar, experimentar;

· romper com as práticas profissionais individualistas promovendo o trabalho comum de professores e especialistas;

· buscar formas de manter as crianças na escola;

· discutir o tema do currículo e sua interação com uma população concreta e suas exigências concretas.

DIDÁTICA E CURRÍCULO

O termo currículo aparece pela primeira vez com o significado de planificação do ensino na obra de Bobbit "The curriculum" em 1918.
A princípio, didática e currículo se desenvolveram de forma paralela sem que interferência de uma no campo da outra, referindo-se cada uma a conteúdos, sujeitos e finalidades diferentes.
Somente a partir dos anos 60 o currículo começa a formar parte do campo da didática, alternando-se sua incumbência segundo predomine uma forma ou outra de entender a educação e a didática.
A tendência atual considera imprescindível uma integração entre currículo e didática, esta, favorecendo o trabalho de aula.
Os estudos curriculares tendem a aspectos mais globais, expondo como se realiza a seleção e organização do conhecimento e como esse processo de seleção não é neutro, favorecendo a certos grupos frente a outros.
O enfoque curricular há de ampliar o "que", o "porque", o "para que" e em que condições há que levar-se a cabo o ensino, mas, sempre colocando no centro de suas considerações o aluno. Para que estes conteúdos curriculares cumpram seu objetivo é necessária uma adequada seleção e uso acertado das melhores estratégias didáticas, que não poderão ser independentes co conteúdo, dos objetivos e nem do contexto. È importante para alcançar as metas pretendidas uma estreita colaboração entre a elaboração do currículo e a escolha de estratégias didáticas.

O papel da Didática

O papel da Didática na formação de professores foi muito bem tratado por Cipriano Luckesi e alguns conceitos que seguem são um resumo de seu pensamento sobre o tema.
A didática para assumir um papel significativo na formação do educador não poderá reduzir-se e dedicar-se somente ao ensino de meios e mecanismos pelos quais desenvolver um processo de ensino -aprendizagem, e sim, deverá ser um modo crítico de desenvolver uma prática educativa forjadora de um projeto histórico, que não será feito tão somente pelo educador, mas, por ele conjuntamente com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.
A didática deve servir como mecanismo de tradução prática, no exercício educativo, de decisões filosófico- políticas e epistemológicas de um projeto histórico de desenvolvimento do povo. Ao exercer seu papel específico estará apresentando-se como o mecanismo tradutor de posturas teóricas em práticas educativas.

TEXTO REFLEXIVO

A Difícil Arte de Ensinar

Aquele professor não tem didática! Esta frase é constante entre os alunos secundaristas e também universitários quando comentam sobre a aula de algum professor que pode até ser um excelente pesquisador e que com certeza tem domínio de alguma disciplina mas que não consegue fazer uma ponte entre o que sabe e o aluno. Isto é comum e mostra realmente que para ser um bom professor não basta apenas saber, tem que saber ensinar, o que envolve outros requisitos além de um conhecimento profundo do conteúdo.

O ensinar não envolve apenas as práticas que o professor possui, mas também as maneiras pelas quais ele irá dispor desses conhecimentos em sala de aula. A tão comentada didática, já vem desde os tempos imemoriais dos gregos1 e significa um modo de facilitar o ensino e a aprendizagem do aluno de modos e de condutas desejáveis. Isso requer um determinado esforço por parte do educador, uma prática pedagógica bem construída, planejamento de suas aulas levando em consideração as necessidades do aluno e seus conhecimentos prévios. A preparação de quem deseja ensinar envolve conhecimentos teóricos, não apenas de física, mas também de teorias de aprendizagem, epistemologia, história e filosofia da ciência que contribuem claramente para desenvolver uma capacidade mais profunda e crítica2. Além disso, o professor não deve fazer de sua prática educacional um ato burocrático, que apenas ensina o que está nos livros, ou no currículo por ele desenvolvido, simplesmente despejando conteúdo na cabeça dos alunos, tratando-os como baldes mentais (teoria do balde mental de Popper), sem ter uma preocupação real se de fato a aprendizagem está sendo construída.

Como pode-se perceber, são muitos os requisitos que fazem a diferença entre o professor que sabe e o que sabe ensinar. Infelizmente, hoje criou-se a imagem de que qualquer um pode ensinar, basta se munir de um Bonjorno e a aula de física está garantida, o que vem banalizar muito o ensino de física nas escolas. Há pouco tempo (2 ou 3 meses atrás), a região do Vale dos Sinos abriu inscrições para contrato emergencial onde, devido à grande dificuldade de se encontrar professores de física, estavam requisitando até mesmo alunos de primeiro semestre, isso quando não são contratados profissionais de outras áreas como engenharia e biologia.

Reafirmando o que disse anteriormente, a formação de um educador não requer somente as aprendizagens cognitivas sobre os diversos campos do conhecimento, que sem dúvida é importante (porque deve-se saber para ensinar), mas também deve haver uma preparação filosófica, científica, técnica e até afetiva para o ofício de ensinar. Conhecer a história da ciência torna o ensino de física mais rico e fascinante, apresentando-a como uma ciência viva, como construção humana; conhecer um pouco mais sobre a história dos grandes cientistas ajuda a motivar os alunos para o aprendizado, aguçando o seu interesse e a sua curiosidade, mostrando-lhes que os conhecimentos não são definitivos e que ainda há muito o que se fazer e descobrir.

Os conhecimentos epistemológicos auxiliam o professor a detectar dificuldades e obstáculos que estejam impedindo a aprendizagem do aluno. As dificuldades são diferentes de obstáculo, enquanto a primeira é técnica (não saber usar alguma ferramenta matemática, por exemplo), a segunda por sua vez já se trata daquelas concepções que os alunos trazem (as chamadas concepções alternativas), que não lhes permitem apreender o significado correto de alguma teoria física. Neste sentido, conhecer os filósofos da ciência contemporâneos3 pode ajudar e inspirar o professor a encontrar estratégias didáticas que auxiliem o aluno a fazer a mudança conceitual, o que não se consegue apenas com aulas expositivas no quadro-negro e simples deduções de fórmulas.

E, apesar de tudo isso que tenho colocado, é importante salientar que um educador nunca estará definitivamente pronto, formado, pois a sua preparação e maturação se fará no dia-a-dia, na reflexão constante da sua prática.

ATIVIDADE

Em poucas linhas, digitado ou manuscrito, faça uma resenha crítica sobre o texto acima.